Editorial

Ainda falta bastante

Pelotas, ao longo do ano passado, orgulhosamente adotou o título de Cidade das Crianças. Lá, foi criado todo um cronograma, cheio de eixos, que buscam tornar a cidade cada vez mais acolhedora e sensível aos pequenos. Justíssimo, já que eles são o futuro da nossa sociedade e toda a mudança de cenário passa por construirmos o mundo para eles. No entanto, falta muito ainda. As páginas 7 e 8 da edição de hoje do DP mostram que para sermos de fato a cidade das crianças, o caminho é longo e passa por melhorias de índices básicos e mais vagas na educação infantil.

Apesar da diminuição da demanda reprimida em Pelotas, diminuíram também as vagas ofertadas, de acordo com o levantamento da repórter Helena Schuster. A se comemorar, o menor déficit. Mas essa empreitada, rumo aos 100%, ainda passa por um movimento de entidades privadas, que aceitem acolher essas vagas, com credenciamento aberto. Enquanto isso, as crianças que ficaram na suplência seguem aguardando em um cenário que prejudica, entre outras coisas, seu desenvolvimento social e muitas vezes compromete a família em pontos como a necessidade de alguém ter que ficar sem trabalhar fora para cuidá-la. Óbvio, é papel da família. Mas são casos de famílias que querem essas vagas, mas não conseguem por falta de oferta.

Outro ponto bastante ruim trazido pelo DP hoje são os dados da primeira infância. Ainda referentes a 2022, mostra indicadores de segurança e proteção social em nível médio. Em segurança, há tendência de piora em alguns indicadores. Outro ponto é a fragilidade na aprendizagem, conforme relatado pelo repórter Douglas Dutra. Os índices completos estão na página 7 dessa edição para análise e interpretação do leitor.

O fato é que queremos e podemos ser Cidade das Crianças. A vontade é o primeiro passo para realizar essa meta. E usar os dados para reverter os cenários ruins é o segundo passo. Os indicadores são bastante claros nesse sentido e a ferramenta do governo do Estado com o painel da primeira infância é elogiável para ser usado como ferramenta de gestão. Agora, é hora de se mexer e fazer desse limão uma limonada. Sabendo exatamente onde atacar e onde se aprimorar, o caminho, ainda longo, será muito mais curto e, quem sabe, as nossas próximas gerações encontrarão uma Pelotas melhor.


Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Clube Autocrático

Próximo

Ex nihilo nihil fit (nada vem do nada)

Deixe seu comentário